A afirmação nós somos o nosso ambiente compila a realidade da saúde e do bem-estar das pessoas, em relação ao ambiente no qual permanecem por mais tempo, o residencial e o profissional, por mim denominado de Ambiente Básico.
A biociência nos ensina desde os bancos escolares que tudo é formado por átomos que formam moléculas. Os seres vivos são formados por células, que são formadas por moléculas que são formadas por átomos. Sem adentrar em detalhes científicos, podemos afirmar que os átomos são formados por energia, logo, tudo é energia.
Os fatores ambientais que permeiam os nossos meios são de origem natural ou antrópica. A invenção da eletricidade há pouco mais de um século, deu origem a um fator que se multiplica nos ambientes em função do crescimento do uso de equipamentos elétricos e eletrônicos. São as radiações, que se atualmente fossem visíveis no ambiente, seriam como um nevoeiro denso e não conseguiríamos enxergar um ao outro. Os cientistas calculam que, de 1985 até hoje, a quantidade de radiações eletromagnéticas aumentou 250 mil vezes. Tudo isto são radiações não ionizantes que estão permanentemente excitando as nossas células. Em algum momento, por algum agente não controlado, podemos sofrer uma mutação no nosso DNA, provocando um desequilíbrio em algum sistema do nosso corpo.
Uma doença é um desequilíbrio que teve uma causa geradora interna ou externa originada do ambiente. As estatísticas comprovam a correlação ambiente e doenças. Segundo a Liga Feminina de Combate ao Câncer, 80% destes casos são originados por fatores ambientais. Cerca de 25% das doenças registradas em todo o mundo são causadas por fatores ambientais evitáveis, afirma a OMS.
Apesar de todo este aumento dos riscos ambientais à saúde, a longevidade é crescente e isto se deve muito ao avanço da ciência. No entanto, também são crescentes os casos de câncer e este não tem uma origem única. Segundo a OMS, os casos de câncer aumentarão 50% até 2030. Neste caso, a aplicação do Princípio da Precaução é o mais indicado.
São diversos os fatores que determinam a qualidade dos ambientes. A grande maioria é de fácil visualização, porém outros são invisíveis. As radiações e energias sutis presentes em todos os ambientes podem ser consideradas responsáveis por diversos distúrbios e doenças.
Na prática, com histórico de centenas de análises realizadas em ambientes residenciais, um fator específico está associado diretamente aos casos de câncer. O problema é que, normalmente, a análise na residência é executada após o diagnóstico da doença. Por isso é muito importante considerar o Princípio da Precaução e promover a mitigação necessária para manter um ambiente salubre. Há também fatores ambientais muito recorrentes, ligados à depressão, à esclerose múltipla, às doenças cardíacas, entre outras. Precaução é cuidar da saúde para não precisar cuidar da doença.
Isnar Amaral
Consultor Ambiental – CRQ 05203390
Especialista em Qualidade do Ambiente
isnaramaral@ambientebasico.com.br